Categoria: Notícia

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Literatura e cultura paraibana na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre

Paraíba é o estado convidado por seu destaque como berço do cordel

“Da prosa à poesia: a Paraíba tem história para contar” e não é à toa que o estado nordestino é o convidado deste ano da 70ª Feira do Livro de Porto Alegre. A frase escrita no alto do estande da livraria “A União” faz um convite aos gaúchos que passeiam pela Praça da Alfândega.

As obras em destaque são as do primeiro escritor brasileiro de literatura de cordel, Leandro Gomes de Barros. Nascido no século XIX, escreveu aproximadamente 240 publicações. Eduardo Augusto, gerente da livraria, diz que tem muito colecionador que procura o lugar em busca do autor, fora a preferência por outros nomes de destaque nacional como Ariano Suassuna, autor de Auto da Compadecida.

O gênero literário é marcado pelo texto simples, expressões coloquiais e versos regulares — sendo uma das forças culturais do Nordeste do país. “O cordel nasceu para dar voz aos poetas populares e trouxe o acesso à literatura quando não havia muitos livros para a maioria. Os livretos eram expostos na feira pendurados em uma corda e com a característica impressão de xilogravura”, contou Eduardo.

Os visitantes que quiserem conhecer mais sobre a literatura de cordel, podem conferir a Cordelteca, uma exposição de livretos de diversos autores. A mostra está localizada no terceiro andar do Clube do Comércio, diariamente, das 10h às 20h.

Exposição da Cordelteca da Câmara Rio-Grandense do Livro

Quando: até o dia 20 de novembro 
Horário: 10h às 20h 
Local: Clube do Comércio – Rua dos Andradas, 1.085 – 3º andar

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Especialistas estão otimistas com o futuro do mercado literário com a tecnologia blockchain

Tema foi destaque da programação de sábado (16) na Feira do Livro de Porto Alegre

O mercado literário tem muito a ganhar com a tecnologia blockchain. As boas perspectivas para o futuro do uso da tecnologia em benefício de autores e leitores foi consenso no painel que debateu a Tokenização e o futuro do mercado literário, na Feira do Livro de Porto Alegre, neste sábado (16), no espaço Jovem Banrisul.

Para os pouco habituados com o que sejam as novas tecnologias, a criptoeducadora e co-founder da Dittos, Andreia Martins, explicou que a blockchain é uma rede de software que funciona por meio de nodes (nós), que são servidores distribuídos globalmente. Se algum sofrer algum tipo de dano, por exemplo, os outros sustentarão o sistema — garantindo a preservação do acervo.

A especialista também destaca que em relação a preservação dos dados, inclusive para o acesso da inteligência artificial, o mercado estará mais protegido: “Tudo que conhecemos na gíria digital por cripto significa que é criptografado, ou seja, os dados nessa tecnologia são imutáveis. Os autores terão a sua obra sem a vulnerabilidade de um acesso indevido e serão protegidos por um contrato inteligente que é gerado para cada ativo”.

O engenheiro mecânico e empreendedor do mercado digital, Jian Costa, ressaltou que no processo de tokenização a obra literária será um único arquivo no sistema o que possibilitará ser vendido e revendido. “A cada nova comercialização do arquivo o autor receberá os devidos royalties porque o sistema conseguirá rastrear toda a sua jornada”.

Entre outros benefícios destacados por Jian, está a possibilidade de diversificação de produtos, um autor poderá vender o livro por capítulos, por exemplo, ou formar um clube do livro: “O novo formato também ampliará o sentido de comunidade digital que existe hoje, o autor poderá ter uma relação direta com a comunidade de leitores fiéis, oferecendo produtos exclusivos. Além de ser um canal de interatividade que facilitará a cocriação”, corroborou.

Direitos autorais

“A evolução da era digital será o ganho em cada exemplar”, destaca a advogada, especialista em direito dos criptoativos e blockchain, Luiza Braun. A especialista explica que a tecnologia sempre estará à frente da legislação, mas que há um entendimento que a lei que regula o direito autoral no Brasil servirá para respaldar os autores no novo modelo.

O sistema legislativo brasileiro é focado na obra, isso significa que a cessão de direitos patrimoniais segue sendo do autor até o seu falecimento. E ao contrário de outras criações, a lei considera o direito natural do escritor para o seu livro, ou seja, no caso da Blockchain, valerá o mesmo princípio e ainda melhor validado, com a compensação dada pelos royalties em todas as vendas e revendas dentro do sistema.

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Lançamento de documentário marca o último fim de semana de Feira do Livro

Obra reconta a história da praça dos livros e destaca as memórias de escritores que passaram pelo evento

O sábado (16) do último final de semana da 70ª Feira do Livro de Porto Alegre foi de intensa movimentação na Praça da Alfândega. Muita gente aproveitou para garantir o seu livro e aproveitar as atividades culturais da programação.

Um dos destaques é o lançamento do documentário Marcando Páginas: 70 anos de memórias na Feira do Livro de Porto Alegre. O filme reconta a história do maior evento literário a céu aberto da América Latina a partir de documentos e da memória de livreiros e escritores que passaram pelas edições da Feira.

O documentário foi produzido pela equipe da CO.DE, agência experimental da ESPM Porto Alegre, e pela Câmara Rio-Grandense do Livro. A direção é de Jonas Rabello e Laura Puhlmann. “Esse documentário vai eternizar esses 70 anos de histórias, ainda mais neste ano em que a Feira do Livro marca mais um momento de superação e de retomada do setor”, destaca Maximiliano Ledur, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro.

Diálogos literários

Centenas de leitores lotaram o Teatro Carlos Urbim para acompanhar o evento Diálogos Literários que reuniu os escritores Marcelino Freire, Jeferson Tenório e José Falero. O bate-papo teve a mediação de Nanni Rios. Os autores compartilharam as suas experiências profissionais e pessoais. Também falaram sobre suas obras atuais, literatura e questões sociais.

Um encontro com Ruy Castro e Heloisa Seixas

Neste sábado, o público teve a oportunidade de prestigiar um bate-papo com os renomados escritores Ruy Castro e Heloísa Seixas. Os autores compartilharam suas experiências literárias e as histórias por trás dos livros que marcaram as suas carreiras.

Escritor e jornalista, Ruy Castro é autor de mais de 50 livros, incluindo biografias, como O anjo pornográfico – A vida de Nelson Rodrigues (1992), Estrela solitária – Um brasileiro chamado Garrincha (1995) e Carmen – Uma biografia (2005). Sete vezes reconhecido com o Prêmio Jabuti de Literatura, também foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 2022.

Heloisa Seixas tem mais de vinte livros publicados, incluindo romances, contos, crônicas e infantojuvenis. Além de peças de teatro, como O lugar escuro, uma adaptação do seu livro homônimo que trata sobre a doença de Alzheimer. Heloisa foi quatro vezes finalista do Prêmio Jabuti.

Meu Corpo Negro: Territórios

O sábado também foi de lançamento na 70ª Feira do Livro. A obra Meu Corpo Negro: Territórios (2024) reúne contos, poesias e crônicas escritos pelo Coletivo de Escritores Negros, que pela terceira vez participa da Feira do Livro. A obra é organizada pelos escritores Izanete Marques, Juliane Vicente e Tiago Maria.

Meu Corpo Negro: Território é uma obra coletiva que refleta a importancia de trajetorias negras conecataa com o passado, presente e futuro. Traz acolhimento e pertencimento em uma sociedade que invisibiliza corpos negros”, destaca a escritora Lilian Rocha, curadora de Literatura e Cultura Negra da Feira do Livro de Porto Alegre.

Trailer Marcando Páginas

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A literatura como ferramenta de transformação: jovens da Fase participam da 70ª Feira do Livro

Ação é uma extensão do projeto “A Feira vai à Fase”, em que autores visitam a Fundação Socioeducativa

Os adolescentes bateram um papo com a Nathy, a MC Poeta Desperta, que aborda temas como identidade, cultura e resistência negra em seus encontros e livros. A autora — que também é destaque no slam, um tipo de poesia falada — tratou da importância da superação e a relação com literatura e escrita.

A presença dos socioeducandos faz parte do projeto “A Fase vem à Feira”, uma extensão de um programa que começou em 2002 com a participação de autores nas unidades da Fase, e ao longo do tempo foi evoluindo. Há cerca de oito anos, passou a incluir o “Dia da Fase” dentro da Feira do Livro de Porto Alegre.

“Fica o agradecimento à Feira do Livro por esse espaço tão bacana, que permite que os jovens consigam aprender e passar seus aprendizados adiante, através do livro lançado com textos deles”, destacou o presidente da Fase, José Luiz Stédile.

IV Levando a Feira do Livro ao Sistema Prisional

Também nesta quarta-feira, apenados de 45 unidades prisionais do Rio Grande do Sul participaram da 4ª edição do Levando a Feira do Livro ao Sistema Prisional. Por meio de videoconferência, cerca de 450 detentos tiveram a oportunidade de conhecer a trajetória e a obra de Otávio Júnior.

Nascido em 1983 no subúrbio do Rio de Janeiro, Otávio Júnior é escritor, ator, contador de histórias e produtor teatral. Escreve livros ilustrados, contos, roteiros de histórias em quadrinhos e poesias infantojuvenis. Em 2007, criou o projeto “Ler é 10 – leia favela” para aproximar crianças de zonas populares do livro e da leitura. No ano de 2020, recebeu o prêmio Jabuti de Melhor Livro Infantil pela obra “Da minha janela”.

Em sua palestra, Otávio ressaltou o poder da literatura de transformar vidas. “Antes de serem apresentadas à literatura, o comum é que essas pessoas não tenham sonhos ou achem impossível realizá-los. Ler amplia a visão de mundo e fortalece o desejo de realizações”, afirmou.

O Levando a Feira do Livro ao Sistema Prisional é um programa desenvolvido pelo Departamento de Políticas Penais da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo em parceria com o Departamento de Tratamento Penal da Polícia Penal. Destinado exclusivamente a apenados, tem o objetivo de promover a educação continuada, por meio de rodas de leitura e ensino regular.

Um bate-papo com Claudia Tajes e Diana Corso

Nesta quarta-feira, a escritora Claudia Tajes e a psicanalista Diana Corso se encontraram para um bate-papo sobre a obra Da sempre tua, que escreveram juntas. O livro é uma correspondência entre as personagens C. e D., criadas pelas autoras, que ora se confundem com suas próprias vivências, ora se distanciam delas.

Beatles na Feira do Livro

Para encerrar a tarde, a Feira do Livro recebeu o espetáculo Beatles in Concert, que traz os principais arranjos criados pelo grupo e gravados em Abbey Road, Londres. Com Ayres Potthoff na flauta, Daniel Wolff no violão e Rodrigo Alquati no violoncelo, o trio realiza o projeto Beatles em Concerto há 30 anos, trazendo uma versão especial das músicas do grupo britânico.

Sobre a Feira

O evento é realizado pela Câmara Rio-Grandense do Livro e ocorrerá entre os dias 1º e 20 de novembro. O patrono desta edição é o escritor Sergio Faraco. A 70ª Feira do Livro de Porto Alegre conta com o patrocínio Master do Banrisul, banco oficial da Feira do Livro e da Petrobras – patrocinadora do Teatro Petrobras Carlos Urbim. Patrocínio de Gerdau, Grupo Zaffari, Ceee Equatorial, Caixa e Sulgás. Apoio Especial da Prefeitura de Porto Alegre, SZ Working e Senado Federal. Parceiro de tecnologia: RL Net e Procempa. Financiamento: Secretaria de Estado da Cultura / Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Media Partners: Eletromidia. Apoio Cultural: Edições Câmara, Assembleia Legislativa do RS, Banco dos Livros, Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, ESPM, Instituto Camões, Consulado da Argentina, Instituto Cervantes, Instituto Goethe, Embaixada da Suécia, Prefeitura de Guaíba, Panvel, Versa Partner, Kodex, Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, Master Hotéis, Cisne Branco e Espaço Força e Luz. Apoio institucional: Feevale, Bibliex, Uniritter, BRDE e Aliança Francesa. Estado convidado: Estado da Paraíba. Espaços cedidos: Clube do Comércio, Espaço Cultural dos Correios, Memorial do RS, auditório do SindBancarios, auditório da Livraria Paulinas e Biblioteca Pública do Estado.

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Mais de mil alunos participaram do dia dedicado à literatura indígena na Feira do Livro

Diversas escolas indígenas prestigiaram a programação

Mais de mil alunos participaram, nesta terça-feira (12), do dia dedicado à valorização da literatura e da cultura indígena na Feira do Livro. A programação contou com atividades para diversos públicos e foi marcada pela presença de escritores indígenas renomados.

Um diálogo sobre literatura e ecologia reuniu os escritores Auritha Tabajara, Daniel Munduruku, Yaguarê Yamã e Raquel Kubeo. No ciclo “O Autor no Palco”, os autores Cristino Wapichana, Lucia Tucuju e Eva Potiguara receberam estudantes para um bate-papo sobre suas obras e vivências. Além disso, durante todo o dia, na Aldeia das Histórias, foram realizadas contações de histórias da literatura indígena, proporcionando uma imersão cultural para os pequenos.

No Rio Grande do Sul, atualmente, há 102 escolas indígenas, que atendem a 6.410 alunos. A escritora Lucia Tucuju destacou a relevância de debater a temática em espaços como a Feira. “Através da literatura, vamos tendo consciência e noção da importância de valorizar a cultura, as histórias, a ancestralidade, as memórias, para que não se apaguem, para que cada vez estejam mais acesa”, reforçou a autora.

Bate-papo com autores indígenas inspira estudantes

Um dos pontos altos do evento foi o bate-papo entre os autores Daniel Munduruku, Yaguarê Yamã, Eva Potiguara e Lucia Tucuju, que reuniu mais de 500 estudantes de escolas de Porto Alegre e região. Com presença de alunos dos ensinos fundamental e médio, os escritores compartilharam histórias, costumes e a cultura de seus povos de origem.

Eva Potiguara abordou temas como a importância da mulher e o cultivo das raízes africanas. “É uma grande oportunidade na vida dos alunos poder vivenciar esse momento: de poder conversar com a autora depois de termos trabalhado em sala de aula as obras e a biografia dela. É uma experiência única para eles”, comentou Ronaldo Gonçalves da Silva, professor de Língua Portuguesa da EMEF João Antônio Satte.

Yaguarê Yamã, autor de mais de 30 livros e representante das etnias maraguá e sateré-mawé, ressaltou a valorização da identidade nacional. “Virei escritor pois tinha vontade de me sentir representado dentro de um livro. Trabalho para aproximar a nossa cultura, a nossa tradição de ser brasileiro, de sermos nós mesmos”, enfatizou.

Com mais de 65 livros publicados, Daniel Munduruku compartilhou um pouco de sua trajetória e abordou temas como ancestralidade e conexão com a natureza. Em um bate-papo descontraído, os alunos interagiram com o autor e tiraram dúvidas sobre seu trabalho.

Lucia Tucuju, do povo kamarumã do Amapá, falou com entusiasmo sobre sua presença no encontro. “Estar aqui nessa feira tão grandiosa é uma alegria imensa. Minha avó era uma grande contadora de histórias, emeu sonho sempre foi tocar a vida das pessoas com as minhas narrativas, assim como ela fazia enquanto pescávamos na aldeia”, relembrou emocionada.

Sobre a Feira

O evento é realizado pela Câmara Rio-Grandense do Livro e ocorrerá entre os dias 1º e 20 de novembro. O patrono desta edição é o escritor Sergio Faraco. A 70ª Feira do Livro de Porto Alegre conta com o patrocínio Master do Banrisul, banco oficial da Feira do Livro e da Petrobras – patrocinadora do Teatro Petrobras Carlos Urbim. Patrocínio de Gerdau, Grupo Zaffari, Ceee Equatorial, Caixa e Sulgás. Apoio Especial da Prefeitura de Porto Alegre, SZ Working e Senado Federal. Parceiro de tecnologia: RL Net e Procempa. Financiamento: Secretaria de Estado da Cultura / Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Media Partners: Eletromidia. Apoio Cultural: Edições Câmara, Assembleia Legislativa do RS, Banco dos Livros, Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, ESPM, Instituto Camões, Consulado da Argentina, Instituto Cervantes, Instituto Goethe, Embaixada da Suécia, Prefeitura de Guaíba, Panvel, Versa Partner, Kodex, Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, Master Hotéis, Cisne Branco e Espaço Força e Luz. Apoio institucional: Feevale, Bibliex, Uniritter, BRDE e Aliança Francesa. Estado convidado: Estado da Paraíba. Espaços cedidos: Clube do Comércio, Espaço Cultural dos Correios, Memorial do RS, auditório do SindBancarios, auditório da Livraria Paulinas e Biblioteca Pública do Estado.