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Rebu Literário e entrega do Prêmio Kekeké de Literatura, com Bárbara Catarina, marcam a 68ª Feira do Livro

Por Júlia Schneider 

  Kekeké significa histórias, uma das tantas expressões criadas pela contadora de histórias Bárbara Catarina. Completando 25 anos na Feira do Livro de Porto Alegre, a Rainha do Kekeké, título recebido da escritora Selma Maria, organizou um evento para homenagear alguns personagens importantes na sua trajetória. 

 O Rebu Literário movimentou a noite de domingo (13) na feira e distribuiu seis Prêmios Kekés. Os agraciados foram o ator Jairo Klein, a produtora cultural Rozelaine Paz, a professora Ana Paula Cecato, a contadora de histórias Milene Barazzetti, a jornalista e produtora cultural Sônia Zanchetta e a escritora Selma Maria. 

Ela é Bárbara Catarina 

 “É a dona da praça, rainha da história, detentora da graça e da nossa memória”, trecho da canção “Ela é Bárbara Catarina”, lançada no Rebu Literário por Ana Paula Cecato e Rodrigo Ferreira, que define bem a essência de Bárbara Catarina.  

 Uma menina que cresceu em meio às histórias e aprendeu a se reinventar a cada personagem que conhecia. Apaixonou–se pelo teatro e se encontrou na contação de histórias. “Como atriz eu me achava muito canastrona, mas como contadora de histórias eu me sentia poderosa”, comenta Bárbara. As Fábulas Italianas do escritor Italo Calvino foram apresentadas como um grande presente e serviram de inspiração para viver essa imersão no mundo literário.  

A magia da Feira do Livro para Bárbara está no encontro entre o criador e a criatura, ou seja, o escritor e o livro. “Eu canto a música dos outros o tempo todo e sou muito feliz em poder cantar a música dos outros”, ressalta, dizendo que é a partir dessas composições que se alimenta e por isso enxerga os escritores como deuses entre os mortais. Afinal de contas, a arte nos eterniza. 

De contadora de histórias a personagem de um livro

Em 2021 o sonho de entrar em um livro se tornou realidade. A escritora Simone Sauressing escreveu “As Aventuras de Bárbara Catarina”, após um período muito difícil enfrentado no mesmo ano pela Rainha do Kekeké. Entre a vida e a morte, foram  quatro meses internada, sendo três desses meses de coma em decorrência da COVID–19. Nesse momento, mesmo sem ela saber, uma rede solidária em várias regiões do país formada por artistas, escritores, livreiros, produtores culturais e admiradores do seu trabalho colaboraram com doações para ajudar a pagar o tratamento da COVID. 

“A literatura me salvou, os amigos que eu fiz no meio literário me trouxeram de volta”, declara. O fato de ler muito ajudou para que não tivesse nenhuma alteração neurológica. Por um tempo, as memórias com o filho Gabriel e a possibilidade de contar histórias mesmo no hospital, eram o conforto e a motivação que se abraçava para sair daquela situação. Ainda em reabilitação, foi com muletas e um enorme entusiasmo para a Feira do Livro de Porto Alegre.

Poetas Populares 

As intervenções artísticas do Rebu Literário foram interpretadas pelos nossos poetas populares, lembrados pelo livreiro Antônio Schimeneck, na citação do cordel de Antônio Vieira “Os nomes dos poetas populares / Deveriam estar na boca do povo / No contexto de uma sala de aula / Não estarem esses nomes me dá pena”. 

Poesia essa que se vê na encenação de Flávia Menera, na releitura da música “Força estranha” feita por Eleonora Medeiros, nas mágicas de Selma Maria, na contação de histórias de Milene Barazzetti, na letra da canção de Ana Paula Cecato e Rodrigo Ferreira, e principalmente na emoção de Bárbara Catarina.

Parabéns, Porto Alegre, pelos seus 252 anos de história e cultura! 🎉🎂🎉
Evento ocorrerá durante as comemorações do Abril Livro e conta com o apoio do Ponto de Cultura Africanidades.

Maiores informações podem ser obtidas pelo e-mail sonia@camaradolivro.com.br.
No Dia da Mulher, nossa homenagem a quem é várias em uma só.

 

 

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